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OXALÁ |
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ÊPA ORIXALÁ
É o primeiro orixá criado por Olorum (Deus Supremo). Ele também é conhecido pelos nomes de Orixalá e Obatalá. A missão específica de Oxalá foi criar o mundo. Segundo as lendas, ele é o pai de todos os Orixás. Portanto, está acima de todos na hierarquia divina. Pesquisadores associam Oxalá ao elemento ar. Isso se deve ao fato de ele representar o céu – o princípio de tudo. Segundo a lenda, o céu, ao tocar o mar, teria criado os demais orixás que receberam a incumbência de cuida de todos os seres do planeta. No entanto, outra fonte diz que Oxalá foi casado com Yemanjá, e essa união deu origem aos orixás. Assim como outras crenças dizem que Oxalá teve filhos orixás com Nana Buruku – Iroko, Oxumarê e Obaluaiê (Conhecido como Omulu). Oxalá é representado pela cor branca, que também é associada a tudo o que se refere a Umbanda. Para Oxalá, o branco significa a serenidade, a calma, o silêncio, indicando que ele não gosta de violência, disputas ou barulho, assim como não gosta de cores fortes. Oxalá é homenageado por todos os praticantes e cultuado como a figura do pai, demonstrando sabedoria a autoridade, mas também é sensível e tem a capacidade de demonstrar sua força, poder e conhecimentos sem usar de violência – através da argumentação.
Conta à lenda que Oxalá viu – se em desavença com Exu – o senhor dos caminhos. O que aconteceu foi que Oxalá recusou – se várias vezes a fazer as oferendas que Exu exigia. Então, Exu vingou – se fazendo com que Oxalá sentisse uma sede anormal. Para matar a sede, Oxalá furou a casca de uma palmeira com seu cajado (Opaxorô) e bebeu o líquido, uma espécie de vinho, embriagou – se e dormiu. Odudua, seu irmão mais jovem e grande rival, roubou a sacola mágica e apresentou – se a Olorum, que lhe deu a tarefa da criação. Conta a lenda que no caminho entre orum e o mundo, Odudua encontra uma grande extensão de água, onde o camaleão jogou terra. Essa foi se acumulando até ficar mais alta que a linha da água, formando ilhas, enfim, a Terra. Odudua teria se estabelecido então na cidade de Ilé Ifé, com mais quinze Orixás. CONHECENDO MAIS OXALA Oxalá ou Obatala, o Orixá, o Rei da Roupa Branca ou, ainda, o Grande Orixá é o mais importante dos deuses Yorubá. Foi o rimeiro a ser criado por Olodumaré, o Deus Supremo, que lhe conferiu o poder de sugerir, Axé, e de realizar, Axé, razão pela qual é saudado com o título de Alabalaxé. No momento de ultrapassar a porta para sair do além, encontrou Exu que, entre as suas múltiplas obrigações, tinha a de fiscalizar as comunicações entre os dois mundos, o que seria criado e o outro. Exu, descontente com a recusa do grande Orixá em fazr\er as oferenda pedidas, vingou-se fazendo-lhesentir uma sede intensa. Oxalá, para matar sua sede, não teve outro recurso se não o de furar o seu Paxarô a casca do tronco de um dendezeiro. Um l[iquido refrecante dele escorreu: era o vinho de palma. Oxalá bebeu-o ávida e abundantemente. Ficou bêbado, não sabia mais onde estava e caiu adormecido. Veio, então, Odudúa, criado por Olodumaré depois de Oxalá, e grande rival deste,. Vendo o grande Orixá adormecido, roubou-lhe o saco \da criação, dirigiu-se a presença de Olodumaré para mostrar-lhe seu achado e lhe contar em que estado se encontrava Oxalá. Olodumaré exclamou: "Se ele está neste estado, vá você, Odudúa! vá criar o mundo!" Odudúa saiu, assim, do Outro-Mundo e se encontrou diante de uma extensão ilimitada de água. Deixou cair a substância marrom contida no saco da criação. Era terra. Formou-se, antão, um montículo que ultrapassou a superfície das águas. Onde ciscava, cobria as águas e a terra ia-se alargando cada vez mais. Isto em Yorubá se diz ile nfé, expressãoque deu origem ao nome da cidade de Ilê/Ifé. Odudúa aí se estabeleceu, seguido pelos outros Orixás e tornou-se o rei da Terra. Existe uma lenda, contada na Bahia, e ainda difundida na África sendo que, em Cuba, uma versão muito próxima foi recolhida por Lydia Cabrera - segundo a qual "Oxalufan rei de Ifan tinha decidido fazer uma visita a Xangô, rei de Oyo, seu vizinho e amigo. Antes de partir, Oxalufan consultou um Babalaô para saber se sua viagem se realizaria em boas condições . O Babalaô respondeu que ele seria vítima de um desastre, não devendo, portanto, realizar a viagem. Oxalufan, porém, tinha um caráter obstinado e persistiu em seu projeto. O Babalaô lhe confirmou que a viagem seria muito penosa, que teria de sofrer numerosos revezes e que, se não quisesse perder a vida, não devia nunca recusar os serviços que, por acaso, lhe fossem pedidos, nem reclamar das conseqüências que disso resultasse. Deveria, também, levar três roupas brancas para trocar. Exu-dono-do-azeite-de-dendê", sentado à beira da estrada com um barril de azeite de dendê ao seu lado. Após uma troca de saudações, Exu pediu a Oxalufan que o ajudasse a colocar o barril sobre a sua cabeça. Oxalufan concordou e, durante a operação, Exu derramou de propósito, maliciosamente, o conteúdo do barril sobre Oxalufan, pondo-se a zombar dele. Este não reclamou, seguindo as recomendações do Babalaô. Lavou-se no rio próximo, pôs uma roupa nova e deixou a velha como presente. Continuou a andar, com esforço, e foi vítima, ainda, por duas vezes, de tristes aventuras com Exu-Eledu, "Exu-proprietário-do-carvão-de-madeira" e Exu Aladi, "Exu-proprietário-do-óleo-de-amêndoa-de-palma". Formam um longo cortejo que vai em silêncio, procedidas por uma das mais antigas mulheres dedicadas a Oxalá, que agita sem parar um pequeno sino de metal branco, chamado Adjá. Fazem três viagens até a fonte sagrada. Nas duas primeiras. a água é derramada sobre os Axés de Oxalá. Esta parte do ritual é realizada como lembrança das pessoas do reino de Oyó que foram, em silêncio de vestidas de branco, buscar água para Oxalufan se lavar. Na terceira vez, que corresponde ao nascer do dia, os vasos cheios d'água são arrumados em volta do Axé de Oxalá. A proibição de falar é sustada, cânticos acompanhados pelo ritmos dos tambores são entoados, e transes de possessão de produzem entre as filhas de Oxalá como testemunhos da satisfação do deus. |